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Por que tratar vísceras? Minha dor não é aí!

Pouca gente sabe, mas osteopatia não é só o famoso tratamento com manipulações vertebrais
ou de outras articulações. O principal objetivo do tratamento osteopático é restaurar o
equilíbrio corporal, melhorando a mobilidade e função dos tecidos corporais, sim, todos e
qualquer um deles.
Ou seja, além da avaliação biomecânica articular do paciente, o osteopata também irá
questionar sobre funcionamento de outros sistemas do corpo, como o sistema
gastrointestinal, cardiorrespiratório ou geniturinário por exemplo. Isso porque, alterações no
funcionamento de qualquer um destes órgãos pode levar o corpo à um desequilíbrio, por
diferentes vias (neural, mecânica, metabólica, circulatória, etc.).
O exemplo mais prático que costumamos dar aos pacientes é a dor no período menstrual que
pode ocorrer na região lombar, ou ainda uma dor no ombro ou pescoço quando há alguma
alteração cardíaca. Estes sintomas somente são exemplos de como o funcionamento visceral
pode interferir na dor, isso só é possível pois as informações destes órgãos, ao chegar a região
da medula, se comunicam com outros neurônios ali presentes, e fazem com que aquela região
sofra um fenômeno que chamamos de facilitação medular.
Essa facilitação faz com que as informações de dor, da atividade muscular, ou controle
vascular, que estão naquela região sejam potencializados, gerando assim maior sensibilidade,
espasmos musculares e até diminuição da vascularização de determinada região do nosso
corpo, e assim pode resultar em sintomas em segmentos mais distantes.
Além desta via, é importante saber que todas vísceras não estão soltas dentro de suas
cavidades, pelo contrário existem tecidos que conectam estas entre si, além de conectá-las
com regiões como a coluna, a pelve ou o músculo diafragma. Assim, quando temos algum
desconforto ou qualquer alteração do funcionamento de nossos órgãos, estes perdem sua
capacidade de movimentar-se normalmente, o que pode interferir na movimentação de
nossas articulações também.
Por este motivo osteopatas também utilizam de técnicas viscerais, para recuperar a
mobilidade do tecido, promovendo melhor vascularização e funcionamento.
Por fim, é importante tomar consciência que nosso corpo é uma unidade, e todos os seus
sistemas devem estar em pleno funcionamento para que estejamos em equilíbrio, e que
nenhum sintoma apareça!

Ainda tem dúvidas como a Osteopatia funciona?
Saiba mais aqui.

A Osteopatia no tratamento de dores inflamatórias

Toda semana algum paciente me pergunta “Osteopatia trata tendinite, bursite, artrite, ou
qualquer outra ite?”
Para responder esta pergunta precisamos ter alguns conceitos bem esclarecidos:

Primeiro, todos estes diagnósticos se referem a uma inflamação do tecido acometido. Esse
evento ocorre toda vez que um tecido do nosso corpo (uma articulação, tendão, ligamento,
etc.) sofre uma lesão, a fim de recuperar a sua integridade nosso organismo gera uma cascata
de eventos que permite sua reparação, para que seu funcionamento seja recuperado.
Assim, o processo inflamatório é um acontecimento necessário e positivo em nosso corpo.
Como ele acaba se tornando um problema?

Vamos ao segundo ponto. Disse aqui que esta inflamação é fruto de uma lesão do tecido, esta
lesão por sua vez pode ser gerada de forma súbita, por um trauma por exemplo, ou evoluir
com o tempo, principalmente quando há desequilíbrios mecânicos em nosso corpo, gerando
sobrecargas em determinadas regiões, que com o tempo lesionam aquele tecido.
Imaginando o cenário em que temos uma sobrecarga na articulação do ombro, que gera
diariamente pequenas lesões nos tecidos que ali se encontram (cápsula articular, bursa,
tendões dos músculos bíceps braquial e supraespinhoso), temos como resultado uma resposta
inflamatória contínua, em que o corpo tenta todos os dias recuperar estes tecidos. Desta
forma produzimos um processo inflamatório crônico, e que na maioria das vezes, continua
presente mesmo depois de tomar um anti-inflamatório, isso porque a causa desta lesão, que é
o desequilíbrio mecânico, continua existindo.

Por fim, respondendo aos meus pacientes: “A Osteopatia não trata uma inflamação! Sim você
entendeu bem, vou explicar o porquê”.
O objetivo da Osteopatia é recuperar o equilíbrio do corpo, devolvendo boa mobilidade a
todos os seus tecidos. No caso de uma inflamação em determinada região, o profissional irá
avaliar o paciente, encontrar quais estruturas no corpo contribuem para esse desequilíbrio e
recuperar a mobilidade de cada um desses. Desta forma, diminuímos a sobrecarga que havia
nos tecidos lesionados (além de promover melhor vascularização destes e diminuir sua
sensibilidade a dor), tratando assim a causa da lesão, ou seja, a causa da inflamação.
A partir deste ponto, o próprio corpo consegue promover a reparação do tecido, e se não há
causa, a inflamação não é mais necessária. Ou seja, havendo equilíbrio, o próprio corpo é
responsável por “tratar” a inflamação, a Osteopatia facilita este processo.

Quer entender melhor como a Osteopatia funciona?
Leia mais aqui.

Conheça mais 5 fatos interessantes sobre a osteopatia

1- Durante o curso de Osteopatia, a formação é dividida em Estrutural, Visceral e Craniana, mas essa divisão é somente didática.

Durante o curso de Osteopatia, a formação é dividida de forma didática, de acordo com as técnicas de avaliação, diagnóstico e tratamento. Porém é importante ressaltar que, para sua aplicação, a Osteopatia não pode ser desmembrada desta forma, por isso o profissional deve ter finalizado sua formação para que possa oferecer o tratamento osteopático de forma íntegra.

2-  As indicações da Osteopatia são muito abrangentes.

Embora seja mais conhecida no tratamento da dor, a osteopatia pode auxiliar no tratamento de sintomas gastrointestinais, sintomas neurais, alterações posturais, na infância, durante a gestação, entre outros. Você pode ler sobre as Indicações da Osteopatia aqui.

3- Osteopatia e Quiropraxia são atuações distintas.

Mesmo que utilizem técnicas manuais, muitas vezes bastante similares, a Osteopatia e a Quiropraxia são métodos diferentes de tratamento, com tipos de abordagem diferentes.

A Quiropraxia é um método que tem como objetivo diagnosticar, prevenir e tratar desordens do sistema neuro-músculo-esquelético (ou seja, alterações relacionadas às articulações, músculos e suas relações neurais), abordando principalmente a coluna vertebral.

A Osteopatia, como já descrito aqui, tem em sua abordagem, uma visão global do paciente, incluindo além do sistema músculo-esquelético, o funcionamento de todos os seus órgãos, suas relações hormonais e metabólicas, no aparecimento de seus sintomas, utilizando no tratamento além de técnicas chamadas de estruturais, que são similares às utilizadas na quiropraxia, também técnicas viscerais e cranianas.

Assim, embora possam compartilhar de técnicas similares as filosofias nas quais se baseiam os dois métodos podem ser bem diferentes.

4- A Osteopatia baseia-se no conhecimento profundo da Anatomia, Biomecânica e Fisiologia do corpo humano.

Muitas pessoas questionam a validade científica do tratamento Osteopático, porém essa filosofia, desde sua criação, baseia-se no conhecimento profundo do corpo humano, e como este se comporta no processo de saúde-doença.

Assim ao longo dos anos o método foi sendo aperfeiçoado, e está sempre em evolução. É possível encontrar uma grande variedade de artigos que discutem, e comprovam a eficácia do tratamento, em diferentes contextos (de dores na coluna, alterações gastro-intestinais, até no tratamento de infecções).

5- Embora a visão da Osteopatia seja global, o tratamento é individualizado e específico.

Quando dizemos que a Osteopatia permite olhar para o indivíduo como um todo, devemos entender que ao avaliar um paciente precisamos entender sobre o seu sintoma, mas também em como todo o seu corpo trabalha, como é sua rotina, alimentação, atividade laboral e saúde emocional, pois todos estes componentes regem o funcionamento do seu organismo.

Durante a avaliação podemos identificar qual a causa, ou as causas, principais de sua enfermidade, assim o tratamento não é global, e sim específico de acordo com os achados clínicos, durante a avaliação.

Portanto, o tratamento osteopático tem visão global, porém é único para cada paciente, e específico de acordo com a necessidade de seu organismo!

Na última semana, entre os dias 16 e 19 de setembro, tive o privilégio de participar do Curso de Osteopatia Pediátrica, em Piracicaba, organizado pelo Colégio Brasileiro de Osteopatia.
O curso foi ministrado pelo Prof. Sebastien Da Rocha, Osteopata, Certificado em Osteopatia Pediátrica pela European School of Osteopathy, e professor da British College of Osteopathic Medicine, em Londres.
O Prof. Sebastien é referência na Osteopatia Pediátrica, e demonstrou nestes quatro dias sua visão sobre o tratamento osteopático, sempre fundamentado na visão da Osteopatia como um “modo de vida”, que se apoia no equilíbrio de corpo, mente e espírito. Ao aplicar esta visão ao tratamento pediátrico é possível entender a criança como um ser único e complexo, compreendendo a interação entre sua anatomia e fisiologia, com sua vivência em seu ambiente e contexto social, e ainda com suas experiências no campo emocional e espiritual.

Participe do 1º Simpósio de Osteopatia para Acadêmicos de Fisioterapia de Sorocaba

O Colégio Brasileiro de Osteopatia, em parceria com a Anhanguera Sorocaba, realizará o 1° Simpósio de Osteopatia para Acadêmicos de Fisioterapia, nos dias 29 e 30 de Setembro.

O evento é aberto para profissionais e estudantes de Fisioterapia, e as inscrições devem ser realizadas pelo

link: http://goo.gl/55jdJT

Saiba agora 5 fatos importantes sobre a Osteopatia.

A Osteopatia é uma Filosofia de Compreensão, Diagnóstico e Tratamento de alterações que o corpo possa apresentar, uma terapia com visão holística, onde se busca compreender todos os mecanismos fisiológicos que levam o corpo a apresentar um sintoma, sendo possível assim intervir nestes, utilizando da terapia manual e seus efeitos. Esta forma de abordar a doença respeita a capacidade do corpo na busca do equilíbrio, sendo assim pode ser aplicada em diferentes contextos na relação entre saúde-doença.

Conheça mais sobre o assunto:

1-  A Osteopatia foi criada em 1874 pelo médico americano Dr. Andrew Taylor Still.

Embora muitas pessoas acreditem que a osteopatia trata-se de um método novo, ela foi idealizada no final do século 19, e desde então difundiu-se pelos EUA, e países europeus, até chegar ao Brasil.

2- O método Osteopático compreende numa Filosofia ou Abordagem de Tratamento, e não um conjunto de técnicas a serem aplicadas.

Desde sua criação o foco da Osteopatia sempre foi o modo diferenciado de olhar para o paciente, e entender como sua enfermidade aconteceu, as técnicas utilizadas pelo Osteopata são suas ferramentas de trabalho, utilizadas para atender a esse objetivo. Saiba mais aqui.

3- Para o tratamento o Osteopata utiliza de técnicas manuais.

As ferramentas utilizadas no tratamento são sempre as mãos, assim o Osteopata possui um leque de técnicas que podem ser utilizadas em diferentes casos, com objetivo de melhorar a mobilidade de diferentes tecidos corporais, como articulações, músculos, fáscias e vísceras. A escolha das técnicas podem variar de acordo com a necessidade do paciente, as preferências do profissional, ou até a escola em que ele foi formado, mas o que realmente importa é que o objetivo do tratamento é sempre o mesmo, auxiliar o corpo em busca de seu próprio equilíbrio. Você pode ler mais sobre o Tratamento com a Osteopatia.

4- Um dos princípios primordiais da Osteopatia é a AUTO CURA.

A filosofia da Osteopatia baseia-se principalmente na habilidade do corpo de encontrar seu equilíbrio, o que chamamos de Homeostase. Assim o Osteopata busca sempre devolver a mobilidade do corpo, estimulando este processo, facilitando desta forma que o próprio organismo resolva sua enfermidade (como a dor ou outros sintomas).

5- No Brasil, o Osteopata é Fisioterapeuta.

No Brasil, a Osteopatia é regulamentada como especialidade do profissional Fisioterapeuta, com curso de especialização de no mínimo 1500 horas, com duração mínima de 2 anos, mas a formação completa em Osteopatia costuma alcançar os 5 anos, compreendendo conteúdo teórico e prático, estágio em Osteopatia, e prática de pesquisa. Em outros lugares do mundo a Osteopatia pode ser encontrada como uma profissão independente, ou uma especialidade médica

Indicações da Osteopatia (clique aqui)

Contraindicações da Osteopatia (clique aqui)

Conheça as contraindicações da Osteopatia

Uma das dúvidas mais frequentes que respondemos todos os dias é: Osteopatia tem contraindicação? Idosos podem fazer? Tenho hérnia de disco, não é arriscado?

E a na maioria dos casos a resposta é NÃO, a Osteopatia trata-se de uma filosofia de tratamento (clique aqui para saber mais), assim há poucas situações em que ela não pode ser aplicada. O mais importante a ser esclarecido é que para o tratamento Osteopático nós utilizamos diferentes técnicas manuais, ou seja, técnicas articulares, musculares, fasciais, viscerais e cranianas. Portanto, existem sim contraindicações de determinadas técnicas para diferentes casos, e isso deve ser respeitado durante o tratamento, porém temos um grande leque de técnicas que podem ser escolhidas, respeitando cada caso e paciente, por isso é possível aplicar a abordagem osteopática na maior parte dos casos.

As contraindicações a Osteopatia são, no geral, situações que exigem grande gasto energético do organismo do paciente ou em casos de alto risco, podendo não ser interessante expô-lo a mais estímulos. Essas situações envolvem:

– Câncer e tumores;

– Infecções agudas;

– Fraturas;

– Importantes alterações vasculares (como aneurismas, calcificações arteriais);

– Pós operatório;

– Outras condições adversas, ou agudas, podem ser contraindicações relativas, que serão avaliadas a cada caso.

Conheça as indicações da Osteopatia (aqui).

Saiba mais sobre o tratamento osteopático.

O tratamento com osteopatia é sempre individualizado, a abordagem é extremamente específica para cada caso, de modo que mesmo dois pacientes com o mesmo sintoma podem ter seus planos de tratamento completamente diferentes.

Avaliação:

A primeira sessão de Osteopatia é  a principal, e é dela que depende a eficácia do tratamento, levando em torno de 1 hora de duração.

Todo tratamento, utilizando a filosofia da Osteopatia, inicia-se com uma avaliação detalhada sobre os sintomas do paciente, fatores como tempo, como iniciou, frequência e tratamentos já realizados.

Na avaliação o Osteopata também irá pesquisar sobre outras doenças (atuais ou já tratadas), traumas (como quedas ou acidentes), cirurgias, cicatrizes, alterações viscerais (como má digestão ou constipação intestinal), e até mesmo a saúde emocional do paciente.

A avaliação permite ao osteopata entender quais fatores ou situações levaram ao aparecimento do sintoma relatado, assim estabelece-se possíveis causas do desequilíbrio.

Tendo em mente as hipóteses sobre a causa dos sintomas pode-se iniciar a avaliação funcional, ou de mobilidade, através de testes específicos, de diferentes tecidos. Ou seja, é possível sentir se determinadas articulações, fáscias, músculos e órgãos possuem sua mobilidade preservada.

Sendo encontrado as estruturas em disfunção (que não possuem boa movimentação), inicia-se o tratamento.

Obs.: O tratamento normalmente já é iniciado na primeira sessão, logo após a avaliação.

Tratamento:

O osteopata utiliza de diferentes técnicas manuais para devolver a mobilidade dos diferentes tecidos corporais, estas técnicas podem ser manipulações ou mobilizações articulares, técnicas de relaxamento muscular, técnicas fasciais, viscerais e cranianas.

A duração de cada sessão dura em torno de 45 minutos, e a frequência depende da necessidade de cada paciente. Normalmente inicia-se com sessões semanais, e havendo um resultado positivo, as sessões são realizadas em intervalos de duas ou três semanas.

A quantidade de sessões necessárias também pode ser diferente em cada caso, e dependem da resposta de cada paciente ao tratamento, espera-se que o sintoma diminua desde a primeira sessão (se isso não ocorrer, é necessário insistir por mais uma ou duas sessões), o tratamento completo costuma durar cerca de 5 sessões, distribuídas num período de 2 ou 3 meses.

É importante ressaltar que o tratamento osteopático compreende em um processo de cura, que o próprio corpo realiza, sendo estimulado pelas técnicas realizadas. Para obter resultados ainda melhores, além de um profissional capacitado, o paciente deve aprender a conhecer seu corpo, e entender seus sintomas, aprendendo quais atitudes e hábitos em seu dia-a-dia levam ao aparecimento de sua queixa, sendo capaz de alcançar seu equilíbrio corporal.